Vigésimo Quarto Dia



Ponto da situação, Páscoa 2020 em modo "Emergency on Planet Earth".

Após uma semana de trabalho, para permitir que o país não pare na totalidade, volto para quarentena, para permitir que estejamos todos em segurança.

Aonde é que isto vai parar? Pergunto-me.
Ironia das ironias, foi necessário um vírus, um agente hostil e letal, para por a Humanidade em sentido !
Para pararmos verdadeiramente (das nossas vidas frenéticas) e nos preocuparmos com os nossos e com todos.
Porque muito provavelmente, só nos preocupávamos com nós mesmos e com o nosso umbigo, assim de uma forma muito geral.
E sendo esta a Hora mais Negra da Humanidade, (que testemunhei no hiato temporal da minha existência, pouco mais de quatro décadas), não mais voltaremos e ser os mesmos... quiçá algo mudará e para melhor, é a minha esperança.


... Entretanto já recebi por telefonema, a notícia de que fui convocada, saiu a Lei dos Presos.
A minha quarentena mal começou, já terminou.
Segunda-feira lá estarei de regresso ao trabalho, soltem os prisioneiros... ossos do ofício.
Irei serena, é o meu dever e vou cumpri-lo, até me faz sentir mais útil.
Vamos lá despachar esta tarefa, porque quanto mais rápido, mais depressa regresso para quarentena.

Não que seja agradável estar assim de quarentena... mas tendo em conta este inimigo silencioso e invisível, ao qual prefiro usar a palavra furtivo, há que tomar as devidas precauções, colaborar e esperar a salvação desta nossa Humanidade, ou o que restar dela.
Sim, porque ninguém sabem, nem pode prever o que virá a seguir...
E agora mais do que nunca é uma questão de sobrevivência.

Há muitas formas de partir desta vida para o "além".... só que esta letalidade deste vírus tem uma particularidade, morres sozinho, garantidamente. 
Não há abraços, não há consolos... isso para mim é triste e toca-me, Paz à alma dos que partiram, e dos que partiram em solidão.

Bom, eu não quero ser pessimista, mas nas horas vagas, nos canais de cinema, tenho andado a rever alguns filmes... e pandemias e vírus sempre existiram e sempre foram objecto de ficção para realizadores de cinema e guionistas, em cenários apocalípticos, nos quais a humanidade perece ou fica reduzida a clusters de sobrevivência humana.

E se for este o prelúdio disso mesmo?
E se for esta a derradeira fronteira da sobrevivência humana?
Não quero acreditar em tal, quero acreditar que vamos superar.
Não vamos sair ilesos... mas vamos superar.
Se cada um fizer o que pode, por si e pelos outros, iremos superar.
Se houver tolerância e solidariedade, iremos superar.

Desejo-vos serenidade, coragem e sabedoria.
Serenidade para aceitar, coragem para modificar e sabedoria para distinguir.
E, acima de tudo, Saúde ao quadrado.
Fiquem em segurança, fiquem bem.




Sábado, 11 de Abril



Comentários

  1. Ola Noodles :) somente agora vi/li o teu comentario! Muito obrigada pelo feedback positivo. Procuro e espero pela inspiracao... coragem, sao tempos dificeis
    (perdoa_me os acentos e cedilhas, o teclado nao me esta a permitir)
    Abraco :D

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